quarta-feira, 29 de maio de 2013

Maria, mãe das vocações


Durante toda a vida, Padre Alberione chamou a atenção para o problema vocacional que ele considerava “o maior problema do mundo”. Ele movimentou todas as forças possíveis em torno deste problema fundamental, chamando para esta causa Maria, que se torna assim, a três títulos: “Mãe de todas as vocações”.  

1. Aceitou e viveu bem a própria vocação: “Aprender a aceitar a vontade de Deus, a aceitar a vocação. Maria compreendia que este seu Filho seria morto na cruz e que ela sofreria muito. Aceitar a vocação: aceita-se a vocação cada dia. Recitar a fórmula é um minuto, mas aceitá-la com os fatos é mais difícil” (Pr RA 185). 

2. Cuidou da mais bela vocação: “Maria acolheu, nutriu, acompanhou a mais bela vocação, Jesus. Assistiu- o até à morte e o apresentou na Ascensão” (PP II, 66). 

3. Cuidou e cuidará, em todos os tempos, de todas as vocações: “Nas boas vocações, Maria está presente, escolhendo as belas flores do jardim da Igreja e levando-as a Jesus” (UPS IV, 272). 

Sempre atento às necessidades apostólicas da Igreja, Padre Alberione compreendeu que o problema 184 das vocações era “um problema fundamental e vitalíssimo” (CISP 110, 736), “o problema número um” (CISP 176), “o mais urgente e o mais difícil” (CISP 1028). A sua resposta se concretizou mediante uma tríplice intervenção: 

1. Com a fundação do Instituto Rainha dos Apóstolos para as vocações, cujo escopo é ajudar os jovens no amadurecimento de sua vocação: “Para as vocações, Maria é Mãe, Mestra e Rainha, por sua própria especialíssima vocação. Suscitar grande número de almas apostólicas, dando-lhes Maria como condutora! Eis o ideal que está nos desígnios de Deus e que está de acordo com o Coração de Jesus Mestre” (HM VIII, 68-69). 

2. Com a União primária “Oração, sofrimento e caridade por todas as vocações”, sob a proteção de Maria Rainha dos Apóstolos. 

3. Com a construção do Santuário da Rainha dos Apóstolos como centro de oração e de interesse pelas vocações. 

Pontos para reflexão 
• Os meios para uma eficaz pastoral vocacional, indicados pelo Fundador, são três:
– oração;
– viver em plenitude e alegria a própria vocação;
– ação externa pelas vocações (cf. Pregações para as Pias Discípulas, em 1963, n. 110-113).

Fonte: Catequese Paulina, p. 183-184

sábado, 25 de maio de 2013

Maria, Virgem e Mãe


Se, na visão de Maria Apóstola, Padre Alberione vê a função das Filhas de São Paulo associadas de perto ao apostolado sacerdotal, na função de Maria Virgem e Mãe ele vê a presença específica das Pias Discípulas e das Irmãs Pastorinhas, cujo serviço é colocado ao lado do homem-sacerdote-apóstolo. Coloca em ação a prática do colégio apostólico, no qual Maria e as mulheres desenvolviam uma parte indispensável de presença, de conforto, de oração, de maternidade e de amparo. 

A indissolubilidade, que liga Maria à Igreja, foi uma redescoberta do Concílio Vaticano II, no qual Maria é considerada “Virgem e Mãe de Cristo e de todos os viventes” (LG 63). É um conceito proveniente da teologia patrística e da tradição das Igrejas primitivas e que é retomado na teologia joanina sobre Maria. 

Se “pela sua fé e obediência Maria gerou neste mundo o próprio Filho de Deus, sem contato com homem, mas recoberta pela força do Espírito Santo, como nova Eva, acreditando não na antiga serpente, mas sem nenhuma hesitação no mensageiro de Deus...” coopera com amor de mãe “para a regeneração e formação dos filhos de Deus” (LG 63), assim também a Igreja – sobretudo hierárquica e a parte formada pelos consagrados – “é ao mesmo tempo mãe e virgem: é mãe pelo sentido do amor, é virgem na integridade da fé devota. 
Ela gera povos, que são, porém, membros de uma só pessoa, da qual ela é ao mesmo tempo corpo e esposa, também nisso comparável àquela única Virgem Maria, porque esta, entre tantos, é a mãe da unidade” (Santo Agostinho, Sermão 192; PL 38, 1012 D). 

Eis, pois, as características profundas da virgindade- maternidade de Maria: 

a. Virgem em atitude de escuta, 
b. Virgem Mãe, 
c. Virgem em oração, 
d. Virgem em atitude de oferta. 

Essas características são ressaltadas no documento “Marialis cultus” de Paulo VI (nn. 16-22). 

A virgindade e a maternidade de Maria qualificam, em síntese, a vida de Maria como serviço. Padre Alberione demonstra tê-lo compreendido muito bem quando define o apostolado: “Ser virgens e mães. E quanto mais formos puros ou purificados, tanto mais se realizará o apostolado de Maria, tornado atual e eficaz”. 

Nesse serviço, ele vê Maria como primeira “pia discípula”: “Maria, fidelíssima à sua missão, começou de imediato a viver como pia discípula do exercício sacerdotal na Igreja nascente” (IA III, 96-97). 

Não somente isso, mas também como primeira “pastorinha”: “A primeira a cooperar com o ministério pastoral de Jesus foi Nossa Senhora. Se Jesus pregava o Evangelho, Maria o vivenciava no dia a dia. Ela foi a primeira Pastorinha... Desejo ver as Pastorinhas sempre assim: unidas a Maria, primeira Pastorinha, no que diz respeito à vida interior de união com Jesus e com a ação apostólica” (So 78-79). 

 Pontos de reflexão 
– A virgindade do consagrado será fecunda se ele mantiver o coração indiviso que adere a Deus “com todo o coração, com toda a alma, com todas as forças” (cf. Dt 6,4-5). Isso significa: 
• amar a Deus com todo o próprio ser, com coração indiviso: eis o voto de castidade; 
• amar a Deus, mesmo com a alma dilacerada, até à imolação total: eis o voto de obediência; 
• sacrificando a Deus todos os bens (= forças; mamon em aramaico): eis o voto de pobreza. 
– Somente assim a virgindade se torna fecunda, gerando a fé. O consagrado, por paradoxal que pareça, exerce a maternidade mais fecunda. Realiza um paralelo entre Dt 6,4-5 e Mt 13,18-22.
– Maria serve o divino Pastor; portanto, é a divina Pastora. As Pastorinhas devem aprender de Maria a pastoral, isto é, a divina arte de governar as almas. Cf. So 50, 68,74; PP I, 13-18; PP II, 8.77; FM 152-153.

Fonte: Catequese Paulina, p. 180-182

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Maria, discípula e mestra


“A nossa devoção a Jesus Divino Mestre será aperfeiçoada, se preparada e precedida pela devoção a Maria Mestra”. Assim exorta o Fundador em um opúsculo, que tem por título “Maria, Discípula e Mestra”, de 1959 (cf. CISP 1331-1351). 

Para a devoção a Jesus Caminho, Verdade e Vida, já Leão XIII, com a “Tametsi futura”, foi o inspirador do “carisma espiritual” do Fundador. Também sob este aspecto da nossa devoção a Maria, o Fundador se inspira em outra encíclica do mesmo papa: “Adjutricem populi christiani”: “...Com toda legitimidade, Maria deve ser considerada Mãe da Igreja, Mestra e Rainha dos Apóstolos. Para estes ela distribuiu também aqueles oráculos divinos que ela conservava em seu coração”. 
Papa Leão XIII
E o papa apresenta o magistério de Maria em três direções, que o Fundador desenvolve amplamente no opúsculo citado: 

a. A santidade do exemplo. Se quisermos nos conformar a Cristo e nos identificar com ele, o caminho mais fácil é Maria: – Pela sua fé: “És bem-aventurada, Maria, porque acreditaste”. 178 – Pela sua esperança: “Fazei tudo o que Ele vos mandar”. – Pela sua caridade: “Faça-se em mim segundo a tua vontade”. 

b. A eficácia de suas orações. 

c. A autoridade de seu conselho, porque Maria foi plena de graça e de sabedoria. 

“Se afirmamos ‘Por Maria a Jesus’, será igualmente digna a frase: ‘Por Maria Mestra a Jesus Mestre’” (cf. CISP 1331). 

Mas, o magistério de Maria tem autoridade, em razão do perfeito discipulado diante da Palavra, para a qual ela, com o seu “fiat”, deu o seu corpo; tanto que, como já se afirmou, a verdadeira grandeza de Maria não lhe é atribuída pela maternidade ou por outro privilégio, mas pelo fato de ter permanecido fiel e fecunda ouvinte da Palavra de Deus. Seguindo a trilha dos Santos Padres, João Paulo II o reafirma na “Catechesi Tradendae”: 

“Ela foi a primeira de seus discípulos; primeira no tempo, porque já quando o encontrou no Templo, ela recebe do Filho adolescente lições que conserva no coração; a primeira, sobretudo, porque ninguém jamais foi “ensinado por Deus” em semelhante grau de profundidade. Mãe e Discípula ao mesmo tempo, dizia dela Santo Agostinho, acrescentando com ênfase que, para ela, ser discípula foi mais importante do que ser mãe. Não foi sem razão que, na Sala Sinodal, foi afirmado de Maria que ela é um “catecismo vivo”, “mãe e modelo dos catequistas” (CT 73). 

O discipulado de Maria diz respeito especialmente à Palavra de Deus; é o próprio Jesus quem o reconhece referindo-se à sua mãe, quando uma mulher do povo declara “bem-aventurado” o seio que o amamentou: “Mais bem-aventurados são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a colocam em prática” (Lc 11,27). 

Não há dúvida, portanto, de que em Maria se encontram, de maneira profunda, os componentes de discipulado-magistério; colocar-nos em sua escola nos “obriga a reconhecer o seu fascínio, o seu estilo evangélico, o seu exemplo educador e transformador: é uma escola que nos torna cristãos” (Paulo VI, 8 de outubro de 1969). 

Pontos para reflexão 
– Penso que se possa afirmar de Maria o mesmo que se disse de Samuel: “Adquiriu autoridade porque o Senhor estava com ele, não permitindo que nenhuma de suas palavras ficasse perdida no vazio” (1Sm 3,19). Refletir sobre a importância desta escuta-obedecer é fundamental para um caminho de experiência de Deus. Cf. Mt 12,48-49; Mc 4, 33-34; Lc 5,2; 8,21; 11,27-28; Jo 2,22; 5,24.47; 8,31.47; 12,38; At 8,14; 11,1; 17,11; 1Ts 1,6; 2,13. 
– Padre Alberione desenvolveu um culto de adoração da Palavra; a esta ele reservava a mesma adoração devida à Eucaristia. São oportunos alguns pensamentos em “Lede as Sagradas Escrituras”: Cf. pp. 61-62; 101; 148-155; 264-265; 186-287; 340-341; 410-413. 
Fonte: Catequese Paulina, p. 177-179

sábado, 18 de maio de 2013

Maria é a Rainha dos Apóstolos


Modelo fundamental para quem é chamado a dar Jesus ao mundo, Maria é por isso Rainha, isto é, o nível mais alto e mais perfeito, a inspiradora e a protetora de toda missão apostólica e de qualquer grupo ou pessoa que entra no âmbito do apostolado. Os cuidados maternos de Maria se dirigem particularmente aos apóstolos – sacerdotes, religiosos/as e leigos/as consagrados – que na Igreja continuam sua missão de “dar Jesus ao mundo”. Mais ainda, torna-se conselheira, conforto, suscitadora de energias para todo este grupo de pessoas, como o foi para os apóstolos reunidos no Cenáculo, à espera do Espírito Santo: “Maria tem a tarefa de formar, apoiar, coroar os frutos dos apóstolos de todos os tempos” (CISP 579). 

Daí segue um convite muito forte para que se volte às fontes: “A primeira devoção que encontramos na Igreja é a devoção à Rainha dos Apóstolos, como se expressa no Cenáculo. Esta devoção se desvaneceu e se obscureceu com o transcorrer dos séculos. A vós, o doce encargo de reunir os fiéis em torno de Maria Rainha dos Apóstolos; a vós, o encargo de despertar esta devoção; a vós, realizar esta doce tarefa na Igreja. Significa despertar novamente os apostolados, incentivar as vocações. Voltemos às fontes. Aí nas fontes encontramos Maria Rainha dos Apóstolos” (HM VIII, 80). 

Neste mundo em que se multiplicam os problemas de toda espécie, devem ser multiplicados os apostolados, ou seja, as capacidades de intervenção e de comunicação de Cristo. Portanto, é “a hora da Rainha dos Apóstolos” (cf. UPS IV, 267-269). 

Assim sendo, a ela é confiada a missão de chamar apóstolos e de suscitar apostolados. Esta é a dinâmica mariana para o nosso tempo; e o Fundador aponta para isso quatro motivos: 

1. Maria realizou e realiza aquilo que é próprio de todos os apóstolos em conjunto; 
2. Maria tem a missão de formar, apoiar e coroar os frutos dos apóstolos de todos os tempos; 
3. por meio de Maria deve ser realizada a obra da cristianização do mundo; 
4. Maria, além dos apostolados gerais, exercitou e exercita estes particulares: 
• o apostolado da vida interior 
• o apostolado da oração 
• o apostolado do bom exemplo 
• o apostolado do sofrimento 
• o apostolado da palavra 
• o apostolado da ação (cf. CISP 578-581). 

Os frutos desta devoção serão muitos (cf. CISP 280); a todos nós, o compromisso de difundir o culto a Maria (cf. AE 203-204).

Pontos para reflexão 
– Esta dinâmica mariana, que se refere a Maria “Rainha dos Apóstolos”, torna-se sempre mais insistente e universal: Cf. AA 4, PO 18, AG 42, CT 72-73. 
– O Fundador insiste, em diversas partes dos seus escritos, sobre as razões pelas quais Maria é a Rainha dos Apóstolos. Cf. CISP 578-581; RdA 13s.; FM 69; HM VIII, 78. 177  

Fonte: Catequese Paulina, p. 174-176

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Família Paulina celebra a Rainha dos Apóstolos

A Família Paulina reúne-se, com o povo,  na solenidade de Maria Rainha dos Apóstolos, dia 18 de maio, sábado, às 8h, na Paróquia Santo Inácio, em São Paulo, para celebrar a Mãe.


Desde o início da Família Paulina, o bem-aventurado Tiago Alberione apresentou Maria como uma das devoções principais. 
Diz ele na História Carismática:


"Maria recebeu dupla anunciação: a do anjo Gabriel que lhe revelava a maternidade divina com relação a Jesus Cristo, e a anunciação de Jesus Cristo crucificado em relação ao seu corpo místico que é a Igreja.

Não se pode dar a este mundo pobre e orgulhoso nenhuma riqueza maior do que Jesus Cristo.

Maria deu ao mundo a graça em Jesus Cristo; e continua a oferecê-lo pelos séculos afora. Medianeira universal da graça, e nesta missão é nossa mãe. 

O mundo precisa de Jesus Cristo Caminho, Verdade e Vida.Ela o dá por meio dos apóstolos e dos apostolados. Ela os suscita, os forma, os assiste, e os coroa de frutos e de glória no céu."(AD 182).

sábado, 11 de maio de 2013

Maria, a mulher do equilíbrio



Qual a mensagem mariana fundante que nos foi legada por Padre Alberione? Além das quase 1700 páginas de celebração mariana e dos infindos rosários e orações a Maria, que revelam a sua profunda devoção, qual é o ensinamento fundamental que ele viveu e nos comunicou de sua devoção a Maria?

Para compreendê-lo, deve-se partir muito mais de sua vida e de sua missão, do que de suas páginas a respeito de Maria. E a consciência de sua missão foi clara e profunda: sentiu-se instrumento nas mãos de Deus até atingir a afirmação, durante o mês de Exercícios Espirituais de 1960: “A mão do Senhor está sobre mim, de 1900 a 1960. A vontade do Senhor se realizou, apesar da miséria de quem devia ser seu instrumento indigno e inapto” (UPS I, 374). 
Eis, então, um dos momentos típicos em que Padre Alberione tinha enfocado a sua mensagem essencial: “Para unir as duas vidas há grande obstáculo e dificuldades. Pode-se tender ao desequilíbrio! Tenhamos os olhos em São Paulo, em Maria e no Divino Mestre” (Pr SP 255). A inserção de Maria nesse contexto era uma indicação muito preciosa do sentido mariano em sua vida. 

Maria, juntamente com Cristo e São Paulo, apresentava- se a ele, consciente e maduro, como a síntese muito simples dos opostos. 
• Maria é virgem e mãe;
• é humilde e mais elevada do que qualquer criatura; 
• é serva do Senhor e está consciente de que todas as gerações a chamarão ‘bem-aventurada’; 
• é contemplação silenciosa da Palavra de Deus e é intensa iniciativa de serviço e de amor aos irmãos; 
• é uma pessoa do povo, desconhecida em Israel, e é a Rainha do mundo; 
• é a humilde e simples esposa do carpinteiro de Nazaré e está totalmente à sombra criadora do Espírito, que a torna instrumento imaculado para a vinda do Cristo, na plenitude dos tempos. 

Maria é “o grande sinal” que apareceu no céu da humanidade. No seu interior, Padre Alberione a tinha visto como o instrumento perfeito de Deus, portanto como o grande ideal de sua própria vida apostólica: “Maria corresponde perfeitamente à sua missão, à sua vocação e aos desígnios de Deus: grande segredo de mérito e de glória! Nós também temos uma vocação especial, e Deus se aproximou com tão grande quantidade de graças, que fomos obrigados a nos entregar” (MV 40). 

Eis, portanto, Maria intimamente presente no centro de sua personalidade de “instrumento de Deus”. Ele observou que também em Maria tudo se iniciara e se desenvolvera a partir desse centro. Por isso, deveria ter acontecido nela a indispensável composição das “duas vidas”, em equilíbrio perfeito: “A Santa Virgem soube acolher e conciliar em si os dois métodos de vida; soube unir os méritos, a glória destes dois gêneros de vida: foi a pessoa que esteve mais próxima do seu Filho, e ao mesmo tempo foi ela quem, mais que todos, agiu para dá-lo ao mundo” (IA I, 115). 

Pontos para reflexão 
– O problema perene é sempre o da síntese entre ação e contemplação; em breve, é melhor que a oração penetre na vida, ou que a vida seja inundada pela oração? Cf. Lc 2,51; 10,38-42; Jo 12,2ss; além disso, os capítulos 6, 7, 8 e 11 de “A Alma de todo Apostolado”, de Padre Chautard, EP, 1980. 

Fonte: Catequese Paulina, p. 168-170

sábado, 4 de maio de 2013

A devoção mariana do Padre Alberione

Da comunidade de Perugia
“A mãe nos tinha consagrado todos a Maria, Rainha das Flores, logo que nascemos”. Assim escrevia Padre Alberione em 1956, que tinha aprendido a amar profundamente a Maria, ainda no colo de sua mãe.
“Era fácil rezar a Maria quando éramos pequenos. Nossa mãe pegava nossas mãozinhas, colocava-as juntas e dizia: ‘Ave, Maria’; e nós, talvez um pouco distraídos, para dar alegria à mamãe, pronunciávamos as palavras. Quantas vezes, a mamãe nos terá levado à  Igreja, diante de Nossa Senhora, e nos terá consagrado a ela! Portanto, desde pequenos, com quatro ou cinco anos, já rezávamos a Maria” (Pr RA 117).
Depois da famosa noite de “luz”, começa o seu trabalho ascético de purificação, muito atormentado em seus primeiros anos. Esse tormento está gravado no “Diário” da juventude, que abrange exatamente os primeiros anos depois de reentrar no seminário. A salvação lhe vem de Maria: “E Maria: ‘fecit mihi magna qui potens est’. Como é bondosa esta Mãe! Quanto cuidado tem pelos infelizes!” (SC 4).

Nossa Senhora das Flores (Bra)
Educação em família

 A família em que Padre Alberione nasceu e foi educado, e as localidades em que transcorreu a sua adolescência e tomou as decisões fundamentais de sua  vida, o encaminharam, pois, a um contato com Maria, que ele não só não deixou diminuir, como também o desenvolveu plenamente com notável intensidade, que hoje o coloca entre os grandes devotos de Maria. A sua devoção mariana está ligada a três santuários:
Nossa Senhora da Moretta (Alba)

a. Santuário de Nossa Senhora das Flores, em Bra, onde foi consagrado pela sua mãe a Maria e onde assumiu
os primeiros compromissos com Maria (cf. MV 114).

b. Santuário de Nossa Senhora da Moretta, em  Alba: local da sua oração, quando clérigo e nos primeiros anos de sacerdócio (cf. HM VI, 47). Neste Santuário, especialmente, aconteceu a escolha definitiva de sua vida: o encaminhamento para sua missão específica na Igreja. Era o dia 12 de setembro de 1911 (cf. CISP 179).

c. Santuário “Rainha dos Apóstolos, obra monumental, fruto de uma promessa feita no início da Segunda Guerra Mundial: “Ó Maria, Mãe e Rainha dos Apóstolos, se salvardes a vida dos nossos e das nossas, construiremos aqui a igreja em louvor ao vosso nome”. Ele mesmo recordou esse fato a 8 de dezembro de 1954, dia conclusivo da dedicação do Santuário (cf. CISP 595s).


Santuário Rainha dos Apóstolos (Roma)

Maria na obra paulina

 Em sua obra de Fundador, afirmou, em diversas oportunidades, a presença insubstituível de Maria: “Maria é a Mãe dos Religiosos. Ela está na origem das instituições religiosas, como esteve no princípio da Igreja, antes de Pentecostes” (SVP 212). “Somente com Maria, um fundador pode conceber e iniciar uma instituição; é necessária uma soma tão grande de graças, que somente nela se pode esperar que seja fácil aquilo que por si mesmo é árduo e impossível” (RdA 276s).

Ele escreveu muitíssimo a respeito de Maria, mesmo que permaneça difícil, no conjunto de elementos que se seguem e que se repetem incessantemente sem ordem, construir um ensinamento lógico e progressivo. Em seus escritos existe um complexo de 1700 páginas de celebração mariana; deve-se, porém, partir sempre de sua vida e de sua missão, para compreender o seu pensamento mariano.
Padre Alberione foi sobretudo um homem de  intensa oração mariana. Sendo tantas as páginas de seus escritos, é incalculável o número de rosários recitados, especialmente depois de 1914, quando, já iniciada a primeira construção, foi atingido por estranha e aguda forma de artrose que não lhe permitiu, até à morte, dormir mais do que poucas horas por noite.
E continuou sempre assim, até os dias 25-26 de novembro de 1971, quando no fim da vida, com o seu já gasto rosário nas mãos, movia os lábios em ritmo incessante, expressão daquela oração contínua que se havia tornado a sua respiração e o seu sustento.


Pontos para reflexão
– A presença de Maria é insubstituível, não apenas na vida dos fundadores, mas também na vida dos simples cristãos e religiosos (HM VIII, 79, 94).
– Cf os documentos da Igreja LG 56, 63, 67 e PC 25; OT 8;
AG 42; Marialis Cultus, de Paulo VI (1974).

Fonte: Catequese paulina, p. 165-167