sexta-feira, 21 de março de 2014

Mensagem Mariana do bem-aventurado Alberione

Pe. João Roatta, ssp (1913 –1985)
Apresentar a mariologia de nosso Fundador é, a meu ver, trabalho não isento de dificuldades. Para justificar a afirmação e favorecer, simultaneamente a compreensão de tudo o que ele nos deixou sobre o assunto, pareceu-me oportuno relatar o suceder-se das impressões em mim despertadas e que me acompanharam durante o trabalho de seleção e esquematização de seus escritos sobre a Virgem Mãe.

Volumosa produção de escritos marianos

A pesquisa realizada em grande parte dos escritos do Pe. Tiago Alberione, a fim de descobrir-lhe as principais linhas de reflexão, induziram-me a assinalar, juntamente com muitos outros temas, também as passagens nas quais ele fala de Maria Santíssima. No fim, encontrei-me com um acervo de centenas de anotações, algumas das quais incluíam longas páginas e até livros inteiros dedicados pelo Pe. Alberione a Maria. Analisei já 1698 páginas nas quais ele fala expressamente de Maria ou a ela se refere de algum modo.

Num primeiro balanço do vasto material, achei-me diante de um aglomerado de elementos que se sucedem e repetem sem ordem ou com escasso planejamento crítico. Senti-me seriamente embaraçado e surgiu-me angustiosa a pergunta: Seria possível extrair desse volumoso acervo de páginas, algo de válido e original? Alguma coisa que possibilitasse estruturar as idéias mestras do pensamento mariológico do Pe. Alberione, que nós devemos assumir e promover no seio de nossa família religiosa e, eventualmente, pôr à disposição dos outros?

A pesquisa, contudo, punha em evidência uma constatação que não podia ser subestimada: em toda a sua produção literária, Alberione reservou lugar preponderante ao tema "Maria", o qual constitui a "constante" preferencial e indispensável da sua reflexão, ocupando lugar de primeiro plano até quantitativamente. Limitando-nos mesmo aos livros que escreveu, mais de metade são dedicados a Maria.

Uma segunda pergunta era, portanto, espontânea: como explicar sua insistência sobre "Maria", preferindo este a outros possíveis e plausíveis temas relacionados com sua missão específica? Em outros termos: que representa Maria para a missão específica do Pe. Alberione?

Outras fontes de pesquisa

A segunda pergunta sugeriu mudança de focalização. Fazia-se necessário, talvez, ter presente, além das 1698 páginas, o conjunto da figura e obra do Pe. Alberione, como a conhecemos ao longo de quarenta e seis anos. Ela nos facilitaria, talvez, a descoberta do verdadeiro sentido da sua devoção mariana e da eventual mensagem que nela se encerrava para nós.

Desfilava então, ante minha memória, suas fidelíssimas horas de oração diária, o número incontável de rosários - cujo cálculo seria certamente mais difícil do que o das frases escritas - e sua insistência sobre a devoção a Nossa Senhora, a indefectível introdução mariana para qualquer curso de exercícios espirituais ou retiros mensais ...Uma coisa sugere outra, ocorreu-me a idéia de reler as cartas que dele recebi durante minha permanência no Brasil (1955-1969). Descobri nela interessante veio mariano, no qual não tinha reparado, quando as cartas me chegavam espaçados no tempo. Descobri expressões interessantes e insistentes, condensadas em fórmulas breves, nunca repetidas, como: "Com rosários fervorosos e coroazinhas a São Paulo, achar-se-á uma solução; eu o faço daqui . "Peço à Rainha dos Apóstolos que ilumine". "A Rainha dos Apóstolos guarde a todos!""Maria Mestra. Assunto tão santo, tão querido, tão útil!" "Se publicardes um periódico sobre Maria alcançareis mais graças”. "Confiança em santos rosários... ", e numerosas outras sugestões e lembretes que constituíam o tecido de ininterrupta conversa mariana administrada por gotas.

Tornou-se-me evidente que a mensagem mariana do Pe. Alberione devia ser fruto de múltiplas comparações. Efetivamente, apresentava-se com toda clareza que a devoção a Maria, além de ser para o Pe. Alberione o esforço persistente de sua atividade sacerdotal e literária, era mais ainda compromisso sério de oração e de vida, insinuando-se até na correspondência de certo modo oficial entre duas pessoas.

Adentrando-se e concretizando-se sempre mais nessa direção, minha lembrança detinha-se prazerosamente no período da inauguração da Igreja dedicada à Rainha dos Apóstolos, resultado de um grande esforço extra-apostólico do Pe. Alberione, em cumprimento de uma promessa, cujas raízes afundavam no tempo sangrento e terrível da última guerra mundial. Certo dia, Pe. Alberione teve a coragem - reflexo natural daquela fé sempre vigilante e orientada para a ação - de dizer em nome de todos: "O Maria, Mãe e Rainha dos Apóstolos, se preservares a vida de todos os 'nossos' e 'nossas', levantaremos aqui uma igreja à glória de teu nome". Apesar dos gravíssimos perigos a que estivemos expostos durante a guerra, todos saímos ilesos. Naquele dia, portanto, nossas vidas, nosso sangue, foram postos da maneira mais concreta, na dependência de Maria e para o Pe. Alberione ela se revelou fonte incomparável de ação.


Saltando de um ano para outro, a lembrança deteve-se no dia 26 de novembro de 1971, quando o Pe. Alberione, no leito de morte, já em estado de coma, as mãos apertando o terço desgastado pelo uso, movia ainda os lábios em ritmo incessante - quiçá puramente mecânico - de oração a Maria.

Essa incursão no mundo das lembranças completava em mim a mudança de perspectiva: a mariologia do Pe. Alberione é, acima de tudo, e indubitavelmente uma atitude vivencial. Quem, portanto, quiser acolher sua mensagem mariana para transmiti-la, deverá tomar por ponto de partida, mais do que as páginas em louvor da Virgem, a própria vida e missão do Pe. Alberione. Mais: essas páginas numerosas e desorganizadas perderiam todo valor e sentido, se lidas fora do contexto de sua vida.


É justamente a consciência de ser instrumento de Deus e de dever assumir todos os valores da criatividade humana e da graça divina, num equilíbrio complexo, mas indispensável, que se nos revela o sentido genuíno da devoção e da mensagem mariana do Pe. Alberione.

"Estamos sujeitos à tentação do desequilíbrio"

Vejamos uma das afirmações típicas com a qual o Pe. Alberione focalizou sua mensagem essencial:"Encontramos grandes obstáculos e dificuldades para unificar as duas vidas, pois estamos sujeitos à tentação do desequilíbrio. Fixemos nosso olhar em são Paulo, em Maria e no Mestre divino" (Pr SP, 255). Tratava-se, portanto, para ele, de "duas vidas" que deviam ser vividas numa só, isto é, contemplação-ação, instrumentalidade-liberdade, recursos humanos-auxílio divino, valores da eficiência prática-supremacia da oração; o perigo consistia em não saber realizar o equilíbrio. Os modelos bíblicos que escolheu são três, Cristo, Maria, são Paulo.

A inclusão de Maria neste contexto era a indicação muito preciosa do que ela significava para a sua vida.

A intuição do equilíbrio pleno que deve existir no "instrumento" era um elemento verdadeiramente essencial da própria missão do Pe. Alberione.

O estudo dos vínculos que o prendiam a Cristo Caminho-Verdade-Vida e a são Paulo, oferecerá, sem dúvida, esclarecimentos mais completos sobre quanto essa intuição do equilíbrio total de "instrumento" era constitutiva da própria missão do Pe. Alberione. Seja-nos suficiente por ora citar sua bela afirmação básica: "O equilíbrio perfeito está em Jesus Cristo" (CISP, 57) e recordar o prazer que ele experimentava ao observar seu modelo apostólico através de determinado prisma preferido:

"São Paulo foi homem de oração, mas ele se nos apresenta também dotado de inteligência verdadeiramente aguda, homem santamente astuto, de uma astúcia tal que seríamos tentados a condená-la como prudência humana. Mas é bem outra coisa! Ele amava o Senhor de modo prático, servindo-se, quando a necessidade o exigia, de todos os meios lícitos que Deus punha à sua disposição" (Pr SP, 267). O relevo é dos mais importantes para compreender a personalidade do Fundador.

Maria apresentava-se-lhe, com Cristo e são Paulo, na sua consciência clara, na sua plena maturidade e na luz de Deus, como a síntese mais sublime dos opostos.
Ela é a virgem e mãe, humilde e mais sublime do que todas as criaturas, é a escrava do Senhor e tem consciência de que todas as gerações a chamarão bem-aventurada, é contemplação silenciosa da Palavra de Deus e é iniciativa intensa de serviço e de amor aos cristãos, é mulher desconhecida do povo de Israel e é a Rainha do universo, é a esposa humilde e simples de um operário de Nazaré e é envolvida pela sombra criadora do Espírito Santo, que a faz instrumento imaculado para a vinda de Cristo na plenitude dos tempos.
Ela é, no sentido mais simples e verdadeiro, o "grande sinal" nos céus da humanidade. Nela revela-se harmonicamente Deus, seu método preferido para se comunicar com os homens e a eficácia irresistível de sua ação na história humana.



No íntimo de si mesmo, portanto, o Pe. Alberione viu Maria como o instrumento perfeito de Deus e, por conseguinte, como o ideal máximo de sua vida apostólica: "Maria correspondeu perfeitamente à sua missão, à sua vocação e aos desígnios de Deus.
Grande segredo de merecimento e glória esse! Também nós fomos distinguidos com vocação especial e Deus nos envolveu em corrente tão grande de graças que fomos obrigados a nos render" (MV, 40). "Quando Deus encontra uma alma humilde e dócil à sua vontade como Maria Santíssima, serve-se dela na execução de seus desígnios de caridade e sabedoria. Ela deve, porém, ser dócil como o pincel na mão do artista, humilde como o trapo na mão da dona de casa" (UPS, I, 486).

Eis, portanto, Maria intimamente presente no centro da personalidade de "instrumento de Deus"
do Pe. Alberione, o qual notava que também tudo se desenvolveu em Maria partindo daquele centro. Por esta razão devia ter existido nela a composição indispensável das "duas vidas", num equilíbrio perfeito: "A Virgem bendita soube acolher e conciliar em si mesma os dois métodos de vida, soube unir mérito e "glória destes dois gêneros de vida. Foi a mais próxima de seu Filho e ao mesmo tempo a que mais do que qualquer outro colaborou para o dar ao mundo" (IA, II A, 98).

Bastam estas poucas alusões para compreendermos o valor central que o Pe. Alberione atribuía
à presença de Maria em sua vida e instituição: "A devoção a Maria - parte do espírito paulino
tem para nós dois fins - nossa santificação religiosa e o apostolado pastoral: chegar às almas" (Pr RA, 231).

A síntese pessoal do Pe. Alberione

Tendo chegado a esta definição fundamental, onde, a meu ver, situava-se o verdadeiro centro de interesse do Pe. Alberione pela Virgem Mãe, minha pesquisa retomou em consideração o conjunto dos escritos mariológicos e os aspectos vários e contrastantes da vida de nosso Fundador, consumida entre rosários incontáveis e o árduo empenho de sua ousada eficiência apostólica.
E pensava: a devoção a Maria nasceu nele inspirada pelas causas mais simples e comuns, isto é, a mãe, a família, as santas práticas devocionais do tempo, os santuários marianos de sua adolescência, como também as encíclicas de Leão XIII que exerceram notável influência na orientação consciente de sua juventude. Grande parte de seu empenho mariológico sucessivo é devido, sem dúvida, àquela corrente popular e simples que florescia em toda a Igreja de seu tempo, encorajada ainda por aparições célebres.

Mas Pe. Alberione foi mais longe, interiorizando todo o acervo desta herança que - como acontece com muitas pessoas - poderia ter permanecido superficial. Ele transformou-a num elemento concreto de vida, conferindo-lhe - sob o impulso da missão à qual sentia-se chamado por Deus novos e carregados matizes pessoais, definições e relevos que sobressaem a cada passo na sua imensa produção literária, que à primeira vista não parece revestir grande valor.

Quais as linhas mestras da mariologia do Pe. Alberione?
Eram as que emanavam da consciência de sua missão e das necessidades de sua vida.
Tema fundamental era o de Maria Apóstola. O apostolado implica, de fato, um mandato ou missão (Maria eleita para dar o Cristo), dependência total em relação àquele que elege (vida de comunhão com Deus) e dedicação radical para realizar a missão da própria vida.

Em torno deste tema fundamental convergem todos os outros: Maria, Rainha dos Apóstolos,
vale dizer, o seu relacionamento com todos os chamados ao apostolado; Maria, a Mulher,
ponto sublime de referência para o ingresso amplo e nobre da mulher em novos campos de apostolado; Maria, a Adoradora (a primeira forma essencial de vida apostólica), e Maria, modelo de serviço e de amor para com os irmãos (a outra forma essencial da vida apostólica) .

Não obstante continuasse eu a refletir sobre tudo aquilo que o Pe. Alberione escrevera em suas páginas, não encontrava outros conceitos fundamentais, juntamente, é óbvio, com a insistência contínua para que todos cultivassem grande devoção a Maria, indispensável para todo chamado à vida apostólica, e que a exprimissem quer com o rosário quer com numerosas orações de teor apostólico, que ele próprio compôs em honra da Rainha dos Apóstolos e pôs à disposição de sua Família religiosa.

Na sucessão e repetição interminável e forçada de suas páginas havia, portanto um núcleo central de pensamento e uma lógica interna que embora envolta na trabalhosa e desorganizada alternância de prosas e intervenções - correspondia muito bem à lógica de sua vida.

Ponderado tudo cuidadosamente, parecia-me poder afirmar que no contexto geral da vida e missão do Pe. Alberione, Maria desempenha papel excepcional de equilíbrio e autenticidade.

Para a consciência bíblica do Pe. Alberione, chamado a ser instrumento de Deus, Maria sempre significou:

- É Deus que escolhe e age através de seus instrumentos, tendo em vista os séculos. Ele domina a história: estar totalmente à sua disposição é verdadeira sabedoria e grandeza. Maria o percebeu e o cantou de maneira sublime.

- Ela não esquecia que a vida humana, apesar de seriamente empenhada nos mais variados e humildes serviços e pontilhada de inúmeras penas, pode ser serenidade e canto. Há beleza, paz e harmonia para quem sabe fazer a experiência de Deus e sabe louvá-Io com todas as forças.

- Maria sabia também que o Espírito, transcendendo os valores imprescindíveis de dedicação, de eficácia e de justa autonomia pessoal, introduz outros valores, contrastantes, sim, mas que levam a novo equilíbrio, indispensável para o apostolado. Agindo interiormente, o Espírito Santo faz crescer e impulsiona os que são capazes de escuta. Dele provém a verdadeira força renovadora, ele é a fonte do dom da contemplação que enriquece e abre novos espaços de profundidade e de ação no mundo de Deus e dos homens; por ele, acha-se o valor do silêncio, da bondade, da simplicidade e da pobreza que influem na história antes da ação; o gesto contínuo e amável do serviço; o amor cotidiano, paciente, fiel; a possibilidade e a força para avançar com coragem até à imolação, sem jamais desanimar, ceder ou maldizer; por ele acha-se a beleza moral que valoriza e fortalece a fisionomia do homem; há sempre o tempo para dizer um "obrigado" e para dedicar às finezas do espírito; e enfim, dele recebemos, para além dos confins imediatos da vida humana, a perspectiva do reino e da vida eterna em Deus, na identificação com ele e na participação de sua glória.



- Em tudo o que Maria é, há portanto, contestação radical contra tudo o que, embora sendo valor autêntico, mas parcial, arrisca reduzir o sentido e a força da vida apostólica, projetando desequilibradamente a pessoa naquilo que não é autêntico, no provisório ou no unilateral, onde não existe espaço para o "diálogo de comunhão" com Deus, nem a justa dimensão para o crescimento da vida, nem verdadeiro apostolado para os homens que esperam o Cristo.

- Os valores de habilidade, os meios e a eficiência humana exigem algo de mais profundo para
entrarem na "história da salvação". Maria é, em si mesma, a proclamação viva da contestação bíblica:

"Não se vanglorie o sábio de sua sabedoria, não se glorie o forte de sua fortaleza, não se orgulhe o rico de sua riqueza. Aquele, porém, que se quiser gloriar, glorie-se em ser sensato e conhecer a mim, que sou o Senhor que exerço a misericórdia, o juízo e a justiça na terra e nisso me comprazo, diz o Senhor" (Jr 9,22-23).

Este excepcional influxo equilibrador de Maria, determinou, juntamente com Cristo e Paulo, a vida e a missão do Pe. Alberione. Conservando-se decididamente neste clima, soube cultivar, unidos, os dois aspectos indispensáveis da vida apostólica, a espiritualidade e a ação. Soube ser o iniciador de espiritualidade apostólica moderna e o pioneiro de uma ação intensa que assumiu deliberadamente as leis do trabalho, da administração e da organização à maneira humana. As duas atitudes foram nele igualmente preeminentes. Jamais uma sufocou a outra; pelo contrário, uma exercia sobre a outra uma espécie de ação regeneradora; da oração emergiam novos compromissos de ação, e os novos empreendimentos exigiam recurso mais intenso à oração. Com clara evidência, jamais separou a ação da contemplação, exprimindo perfeitamente raro equilíbrio cristão. Jamais poupou despesas para a ação, dedicando-lhe, pelo contrário, audaciosamente, meios e forças até ao extremo, mas também nunca regateou gastos para os seus templos, suas devoções e as de seus filhos, para a dignidade e suntuosidade do culto. Destarte, Pe. Alberione jamais perdeu o fio de seu diálogo com Deus nem com os homens, jamais deixou passar a oportunidade para novas audácias de atividade, nem ocasião propícia para proporcionar a si e aos seus tempos fortes para o espírito. Soube deixar-se envolver pelo cuidado dos pormenores e pela preocupação até certo grau de ansiedade e nervosismo, mas soube manter-se espiritualmente livre, superior a flexões e desânimos, paternalmente dedicado às pessoas que reunira em torno de si, na esfera dos interesses mais profundos do espírito e da vida.

No primeiro Congresso para os Religiosos (Roma, 1950), dissera: "Necessitamos de santos que nos precedam nestes caminhos ainda não palmilhados e em parte sequer indicados". Refletindo atentamente, julgo que ele teve por missão específica exatamente a de exprimir em si mesmo, como forma de santidade, a composição equilibrada e vantajosa de forças que aparentemente se repelem, mas que devem coexistir, isto é, contemplação e eficiência prática, abandono humilde nas mãos de Deus e adoção corajosa das leis autônomas da ação, que implicam a gestão econômica, os meios e as leis da comunicação social.

Maria - demonstra-o a presença de rosários em todos os espaços possíveis da ação e da vida - teve parte decisiva no difícil equilíbrio vital de nosso Fundador.

Sua mensagem mariana

Existe, portanto, no Pe. Alberione uma mensagem mariana para nós?

Podemos afirmar. que nosso Fundador nos transmite importante mensagem mariana, a qual está ligada só indiretamente ao longo trabalho redacional que, tomado em si e por si, poderia, até, deixar-nos enganadamente perplexos, contudo, tomada no contexto de sua missão, adquire valor indicativo, no sentido que a presença de Maria se introduz em toda parte, em todos os argumentos ("oportuna e importunamente"), afirmando que ela é percebida como válida para tudo o que pertence à missão paulina.
Eis sua mensagem direta, que se refere especificamente à nossa vocação apostólica e ao equilíbrio espiritual que ela exige:

para ser apóstolo ou instrumento de Deus é indispensável o equilíbrio de vida (contemplação-serviço) do qual Maria foi o modelo perfeito, como é também ela que o gera em toda alma que compreende o sentido verdadeiro do apostolado, e que é dar Jesus Cristo. Assim como ela mesma fez.

Concluindo: se passar por Maria é o caminho de Cristo, não poderá deixar de ser também o nosso: "Entrai no caminho. Cristo que passou por Maria, dá-nos como que o direito de acreditar que uma obra não está perdida, nem sem esperança, se começa com Maria e com ela continua. Maria é o principio e encontra-se no caminho de tudo aquilo que interessa ao reino de Deus por meio de Jesus Cristo" (RdA, 15).